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Um conto, dois contos, três contos...

aqui vão alguns dos meus escritos para você lerem e comentarem.

02 julho, 2008

Uns olhos

Aqueles belos olhos brilhantes de uma cor que eu não saberia explicar sempre me fascinavam. Era verdes, ou talvez azuis. Não sei. E nunca saberei. Entretanto não interessa a mim saber. O importante era aquela maneira especial que os olhos de cor indefinida me olhavam. Tão serenos, tão gentis, tão apaixonados. Eram como mágica, sempre me fazendo sorrir. E como eu sorria. Sorria com uma felicidade tão grande que as vezes parecia não haver espaço dentro de mim para o tamanho infinito daquele sentimento.
E não era apenas isso. Aqueles olhos também conseguiam enxergar em mim muito mais do que eu sozinha conseguia ver. A facilidade que os olhos tiveram de perceber que quando eu não os olhava, baixando a cabeça, e começava a comer a ponta dos dedos era porque estava brava. Eu nunca dizia isso, mas os olhos sabiam. E me perguntavam o porque da minha raiva. Era só me olharem docemente e novamente eu estava entregue a paixão.
Os belos olhos apaixonados nunca vinham sozinhos. Estavam acompanhados por um par de lábios vermelhos bem delineados. Aqueles lábios também me fascinavam. E eu ficava por horas, se pudesse, os admirando, feliz da vida, nas fotos ou pessoalmente. E a intensidade com que olhos e lábios me puxavam para si num beijo, e que com ele eu podia perceber o que estavam sentindo, se estavam tristes, apaixonados, felizes, bravos ou simplesmente entediados.
As vezes eu não tinha o que falar. Porém nem precisava. Era só juntar os lábios com os meus e esperar sentir as fagulhas perto do estômago, aquela vontade louca de abraçar e apertar bem forte pra me sentir protegida. E eu sabia que os olhos estariam em qualquer lugar, a espreita, cuidando meus passos, me admirando. E como me admirava. As vezes eu tinha certeza de que aqueles olhos estavam me despindo. E os lábios acompanhavam-no com uma mordidinha e um sorriso de canto. Outras vezes me admirava com tanta vontade que eu pensava ser a pessoa mais perfeita do mundo, mesmo sabendo que não era.
Antes de conhecê-los, os olhos, eu não acreditaria em quem quer que me dissesse que eu poderia amar uns olhos. No entanto eu amei. Amei com toda a força, com todo o sentimento, com toda a beleza que jamais alguém pudera amar. E também fui amada. Tão amada quanto eles puderam me amar. Tão doce e puramente. Tão apaixonadamente.
Hoje conheci um novo par de olhos brilhantes, também sem cor definida. Os mesmo olhos serenos e gentis... talvez um dia apaixonados. Ainda era cedo para saber. Mas eu tinha certeza, aquele era o presente mais bem escolhido que eu pudera dar aos velhos olhos.

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